3 de abril de 2014

Conversas de café… "Zé, tu sugas as minhas energias!"

Há muito tempo que os meus ouvidos eram surpreendidos com conversas alheias de pessoas que não conseguem falar ao telefone de um modo discreto e apenas com a pessoa que têm do outro lado da linha.

Estava calmamente, em boa companhia, a desfrutar de um gelado de doce de leite e tangerina, com um sol indeciso lá fora acompanhado de uma chuva com demasiada atitude, com o cenário composto de algumas pessoas espalhadas pelas mesas, umas com companhia outras consigo próprias, até que…toca um telefone! Uuuuuuhh modernices!

Toca o telefone e a senhora loira da mesa do canto, nos seus 50 (bem “entas” mas nunca consigo tirar a idade perfeita por isso pode até ser “mai” novita) atende e as minhas antenas de santa activaram-se:

“SIMMMM…. Zééee” (com aquele ar de quem já mandou a paciência às urtigas)

O Zé lá terá respondido do outro lado… estão a ver o som da professora dos desenhos animados Peanuts (o Snoopy)??

O que é que tu queres Zé? O que é que eu posso fazer mais?!? Só se me atirar para a linha do comboio!

O Zé entra em cena mas não deve falar muito… e tenho a sensação que as conversas paralelas das outras mesas pararam. A nossa pelo menos parou. Não dava para fugir. Era uma história com demasiado potencial para estar a falar do regresso ao trabalho… ou de outra coisa qualquer da qual já não me lembro.

“Zé, tu sufocas as pessoas! Tu sugas as minhas energias!”

E pronto, desligou…. Assim… a seco…(espanto!) sem um beijinho de despedida… NADA! Porque será!?! O Zé deve ser uma boa peça deve… mas olhem que ela não chorou… uma proeza aos meus olhos de santa chorona.


Agora, em defesa do Zé (é a veia de advogada) direi até que a senhora tem muita energia e uma boa garganta para por a geladaria em modo de pausa enquanto desancava o Zé. Sem dó nem piedade. O Zé podia andar a sufocar e a sugar as energias da senhora loira pintada da mesa do canto, mas ali, naquele momento… o Zé nem piava! 


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