18 de julho de 2014

Um novo aizinho e mais um drama em três actos

Finalmente aderi ao Iphone, também conhecido por aizinho telele. Sempre tive uma força estranha que me impedia de gastar rios de dinheiro num telemóvel e assim fui sobrevivendo a essa epidemia… até que… me apareceu uma pechincha por via de uma amiga e pimbas! Cá está ele. Não é o último modelo mas está muito bem assim. Dá para o gasto e para brincar. Também com o pouco tempo que tenho para gadgets era um desperdício comprar o top dos tops… (claro que se fosse dado a conversa seria outra)!
Mas como tudo na minha vida tem de ter um drama pelo meio, também esta aquisição e primeira utilização não podia ser simples e normal.

1º ACTO

Fui buscar o aizinho a casa de uma amiga que, amorosa e sempre prestável, abriu logo a porta, bandeja, buraco, o que quer que aquilo seja, onde se mete o cartão SIM, pois parece que é preciso magia para o fazer (ou ter uma peça xpto) de modo a evitar que eu tivesse um ataque de nervos ou destruísse o telele ao tentar abrir aquela coisa.  Perfeito. Lá fui contente para casa qual capuchinho vermelho de cesto em punho pela floresta fora.
Ora chego a casa e… “cadê” a porta, bandeja ou lá-como-aquilo-que-se-chama???? Desaparecida em combate. Revirei tudo e puffff esfumou-se no ar. Drama! Com um aizinho ali e faltava a peça do cartão!

Ajudou imenso o senhor da apple dizer que aquela peça não se vende em separado… (ele é que não conhece a Amazon… na qual eu já tinha prontamente feito a encomenda da porcaria da porta, bandeja ou lá-como-aquilo-que-se-chama. Claro que tive de ir logo à MEO trocar o cartão que ficou logo activo, e consequentemente, desactivado o do telemóvel que funcionava, porque aquela gente pode ser lenta para resolver assuntos, para cancelar contratos e por aí, mas para activar cartões são os Speedy Gonzalez das telecomunicações.

Resultado: um iphone sem possibilidade de funcionar + um mini cartão sim sem ter onde o meter + um telemóvel que funciona mas sem cartão activo + uma encomenda de uma nova porta, bandeja ou lá-como-aquilo-que-se-chama + o receio daquela coisa comprada não servir + uma lista de lojas para Iphones às quais recorrer.

2º ACTO

Passei um dia inteiro sem telemóvel (valha-nos a idade moderna em que existem telemóveis da empresa e que nos permitem esquecer que temos vida pessoa… perdão, número pessoal) a chatear meio mundo com o drama existencial da semana e a ver se descobria como solucionar o problema (mesmo com a encomenda feita nunca se sabe…).

3º ACTO

Ao final do dia, estou alegremente a arrumar a mesa da sala e…. a porta, bandeja ou lá-como-aquilo-que-se-chama estava mesmo ali à minha frente! Meio caída sobre si, abandonada e esquecida como se um objecto inútil se tratasse… MAS ESTAVA ALI! Dizem que quanto mais se procura menos se encontra e que quando menos se espera as coisas aparecem, não é? Ora eu passava bem sem clichês e preferia ter visto logo o raio da peça perdida… mas pronto… agora tenho 2 (a da encomenda já chegou)… neste caso: tenho dois pássaros na mão… e um bem guardado na gaveta não vá a porta, bandeja ou lá-como-aquilo-que-se-chama levantar voo e eu ficar sem nenhuma.




10 de julho de 2014

Piadinha do momento – Se Deus quiser... mas qual? O meu ou o teu?


É que estas coisas fazem-me sempre confusão… ou, como se diz por aí, fazem-me espécie. Quem vai ganhar o mundial? Alemanha ou Argentina? Papa B ou Papa F? É que ser Papa significa ter uma cunha tremenda no reino dos céus… mas agora é que a porca torce o rabo e quero ver como é que as divindades desportivas (os responsáveis por ouvir os milhões de preces e promessas de adeptos fervorosos espalhados por esse mundo céu) se amanham com isto das cunhas.

Acredito piamente que para este Mundial foram contratados vários anjinhos e santinhos (a termo ou quiçá a recibos verdes) para não deixar escapar uma velinha acesa para o “tjimi” (=team) do corazón. Estes anjinhos e santinhos fazem relatórios diários que remetem, por via de uma tecnologia mega eficaz, para análise do concílio dos deuses que, por sua vez, emite um fumo da cor da selecção vencedora, depois de ponderar muito bem ponderadinho os vários factores.

Como nada na vida é perfeito e existe sempre um bug na melhor das tecnologias (no melhor pano cai a nódoa!) houve um danado de um bicharoco (bem diabólico por sinal) que provocou, para aquelas bandas, um curto-circuito tal, que o Brasil foi ao ar e agora vai ser um ver se te avias para decidir quem ganha o Mundial. Argentina? Alemanha? Quem tem a cunha mais forte?


Eu se fosse ser divino com este pelouro ia já de férias, fechava para balanço, punha o telelé no silêncio, ficava com as antenas sem rede, o que fosse… é que nem hesitava! Turbo na nuvem e ala que se faz tarde…. Inshallah ou… seja o que Deus quiser.



9 de julho de 2014

Justificação de falta

Tenho andado ausente, bem sei. Uma vez mais não é por estar a abarrotar de paciência (cada vez mais difícil), ter estado num retiro espiritual, estar a nadar em luz, áureas, coisas do bem e coisas do género. Nem é por falta de material…. Pelo contrário… as situações que irritam a minha doce paciência continuam a pular como coelhos mega reprodutores aos meus pés… já o tempo foi à máquina de lavar juntamente com a minha camisola de lã preferida… no programa errado… e deu nisto… minorquinha quem nem visto.

É que eu podia falar da banha peluda, isto é, da barriga do maior pintas que veste camisolas justas (e curtas) ao contrário porque é hipster e tem a mania que é sexy

Eu podia falar do Don Juan da moita que joga charme entre amigas

Eu podia falar da minha pontaria certeira em ficar nas mesas em que a média de idade ronda os 70 anos

Eu podia falar na minha estranha maneira de me assustar com a normalidade

Eu podia falar das pessoas que se metem nas camas das outras

Eu podia falar do vizinho do meu boguinhas que não consegue estacionar a merda do gigante do carro um pouco mais afastado do meu (tenho problemas de espaço, já sei!)

Eu podia falar do São Pedro que tem a mania de fazer chover cães e gatos nos fins-de-semana de praia

Eu podia falar das aparências, dos conhecimentos, do silêncio e das horas não dormidas

Podia falar da força negra que me obriga a sair do caminho do bem

Da linha do coração escavada na minha mão

Podia falar do gato que continua hiperactivo mas igualmente tão fofinho que só ele sabe ser

Dos constantes saltos entre o Mundo-em-que-se-trata-tudo-por-você e o Mundo-em-que-finalmente-somos-todos-tu que me deixam em curto-circuito

Da má educação das pessoas que se dizem de berço

Da música que tentam trazer aos meus ouvidos para me cegarem

Da humildade dos que pouco têm e dão

Das ditaduras comportamentais que regulam o dia-a-dia, profissões, locais, bares e cafés

Podia falar da amizade como ela é e esquecer os fretes daqueles em que se vai tropeçando

Podia falar da selecção brasileira que me escangalhou as apostas

Eu podia falar do que já não me lembro, mas é isso… a paciência para a memória continua a ser zero… ou nada