27 de junho de 2013

Apenas a minha opinião… (Em dias de greve, há quem faça greve à liberdade dos que não a fazem)

…Santa paciência para as pessoas que não conseguem perceber onde acaba o seu direito e começa o dos outros...

Greve: (s. f.) Interrupção voluntária e colectiva de actividades ou funções, por parte de trabalhadores ou estudantes, como forma de protesto ou de reivindicação.

Greve geralparalisação concertada de actividades a nível nacional, em protesto contra determinadas políticas governamentais ou institucionais.

Concertar: (v. tr.) Combinar, ajustar, conciliar; Harmonizar, decidir por acordo comum; (v. intr.) Concordar.

Concertação: (s. f) Acto ou efeito de concertar ou conciliar.

Estado de sítio: situação de uma praça, fortaleza ou povoação, cercada pelo inimigo.[Política] Medida tomada em circunstâncias especiais, nomeadamente em caso de perturbações sociais, para justificar certas restrições de liberdade, de direitos e de garantias.

Intimidar: (v. tr.) Inspirar receio, medo ou temor a.; (v. pron.) Sentir receio; sentir acanhamento.

Direito: (s. m.)  O que pode ser exigido em conformidade com as leis ou a justiça; Faculdade, prerrogativa, poder legítimo.

Civilização: (s. f.) Resultado dos progressos da humanidade na sua evolução social e intelectual.

Posto isto: SANTA PACIÊNCIA para as pessoas que percorrem as ruas a gritar para as lojas serem fechadas… a coagirem quem passa na rua para os acompanharem ou a lançar olhares ao estilo Medusa (Ai não vens para a greve?!? Então petrifica-te para aí... não serves para nada).

Têm razão quando reclamam com os excessos e abusos de poder que para aí existem, seja de quem for, mas muitas das pessoas que andam a gritar na rua “pelo bem da humanidade” praticam os mesmos actos abusivos ao impedirem pessoas que (é um facto) querem trabalhar. Isso: existem pessoas que QUEREM trabalhar. Seja por que razão seja. E se querem, não podem ser impedidas por outras. Que eu saiba ainda não estamos em período revolucionário, nem em estado de sítio.

Manifestem-se pelos ideais que defendem, falem, argumentem, exprimam os vossos pontos de vista. Civilizadamente. Têm todo o (esse) direito. E ainda bem que o têm. Houve alguém que lutou por isso. Mas, queridos manifestantes, não apavorem as pessoas que têm as lojas de rua com a porta aberta e que têm de fechar as portas apenas para a procissão passar, abrindo-as nova e imediatamente a seguir... quando o caminho “está livre”. Aquilo que se assiste é um acto de intimidação. Ora não me parece correcto. Quem quiser fazer greve… faz. Quem quiser ir “lutar”… vai.

Acredito que há muita gente que gostava de fazer greve e não o faz. Não para ir para a praia... mas para lutar por aquilo a que têm direito. Contudo não o faz, porque não se pode dar ao luxo de perder um dia de ordenado.

Compreendo a greve e quem a faz “à séria”. Compreendo quem quer fazer e não pode, pelas razões que só a essas pessoas dizem respeito. Agora não compreendo piquetes. [«piquete de grevegrupo de grevistas geralmente colocados à entrada do local de trabalho que asseguram a execução das instruções de greve.» Execução… de instruções… calafrios é o que isto dá. ] É provavelmente uma limitação minha (todos temos a nossa limitação) mas não compreendo aquelas pessoas de colete que se pespegam em frente aos locais de trabalho a intimidar quem vai trabalhar porque simplesmente optou por não fazer greve.

A liberdade de pensamento e de expressão funciona para os dois lados. Para se defender a sua liberdade e os seus direitos tem de se compreender e aceitar que existe TAMBÉM a liberdade dos outros e esses outros têm direito de opção. Se não querem carneiros para um lado também não podem querer para o outro.

Isto tudo para não falar do clássico (já é clássico) “abaixo o capitalismo” que sai, entre perdigotos, da garganta dos manifestantes, que (vá… em bom número) têm, pelo menos, dois telemóveis, provavelmente um “Ai qualquer coisa”, um carro que não dispensam, a roupa da marca xpto, etc e tal. The usual.

Eu sei que estou a generalizar. Sei também que existem pessoas que optaram por fazer greve mesmo que isso signifique viver ainda mais “à rasca”. Sei de pessoas que não têm dinheiro para “Ais” nem “Uis”. Sei de pessoas que fazem greve sem coagir outros. Que respeitam a liberdade e as opções de cada um. Que têm argumentos que vão para além do inimigo capitalismo. Fazem-no porque entendem que é o caminho, mesmo que não o ideal, mas pelo menos o possível. Pelo menos fazem. Sei disto e respeito, assim como respeito quem me respeita. E essas pessoas saberão que não são elas que estão aqui retratadas. É o defeito da generalização. 

Não é pessoal, é apenas a minha opinião sobre a generalidade dos episódios que se assistem... greve após greve.



1 comentário:

  1. Respeito a tua opinião, mas em parte penso que a intenção destes piquetes é o sucesso pleno e isso só se consegue com união!!! Contudo também sou totalmente contra qualquer ato agressivo!

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