(Luzes! Néones a piscar! Aplausos! Confetes!...O Show vai começar)
Vamos lá a isso.
Éramos nós pequenas amostras de gente (inocentes crianças, portanto) e aprendemos a separar as letras dos números. Aprendemos a encaixar as figuras geométricas em cada buraquinho correspondente. Aprendemos a separar os rios, do grupo da água doce, para um lado e os mares salgados, para o outro, sem olhar ao limbo da foz.
Assimilámos logo muito cedo que cada coisa tem o seu lugar. E esse lugar era separado, sem grandes questões, por uma linha. O mundo a que pertence e cada um no seu mundinho. Os animais à fauna. As plantas à flora. As meninas para um lado, com as suas bonecas e cozinhas miniatura, e os meninos para o outro, divididos entre carrinhos e uma bola de futebol. Os amarelinhos viviam na Ásia e os vermelhinhos nas Américas.
Crescemos. Os vermelhinhos agora estão nas Américas e também na Ásia, mas continuamos a compartimentar. Com a idade aprendemos que a água não se mistura com o azeite. Que existem cores frias... Cores quentes... E o arco-íris deixa de ser mágico para ser um fenómeno analisado e discutido ao detalhe.
Descobrimos que o açúcar do algodão doce não se mistura com o céu. Aprendemos que existem conjugações infelizes... E não é só uma questão de jogar losangos e riscas...calças de fato de treino com camisola de lã ou condutores de domingo a circular à hora de ponta de uma segunda-feira...Aprendemos na nossa pele que a água doce se mistura com o sal aguado...que a lágrima salgada se mistura com o sorriso doce...
No jogo da compartimentação, há, porém, quem não sabe misturar vinho com azeite e continua a insistir com água. Há quem misture tudo aquilo que não lhe diz respeito e desconhece, palpitando comentários por pura maldade. Há quem fale de alhos e teime em chamar os bugalhos à conversa, quando esgotados os argumentos.
Neste jogo, há quem não tenha conseguido sair da primária e continue a compartimentar em desmazelo ou a confundir o inconfundível sem qualquer zelo.
E assim continua o Show! Venha lá menina, é a sua vez de acertar em uma de 3! Fácil, fácil, fácil! Só tem de acertar na lengalenga corrrrrrrecta!
A. Trinta e três, diga lá outra vez... Esta coisa tem 4 lados, não sei porque não passa nesta “cena” redonda;
B. Já não há estrelas no céu para... iluminar o senhor do algodão doce que anda a decorar a estratosfera;
C. Quem te avisa teu amigo é… e a minha prima Flora tem um periquito chamado tubarão!
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