5 de agosto de 2013

O malvado do carimbo fantasma


Odeio hospitais. Eu e a minha tensão que normalmente fica bastante abalada com estas deslocações. Odiamos, somos alérgicas, mas às vezes tem de ser. Eu bem tento que a tensão perceba isso, mas ainda é uma luta muito inicial. 

Mas não se pode fugir permanentemente aos hospitais. E quando estamos na sala da espera, há que nos distrairmos com qualquer coisa... Neste caso foi com a discussão do carimbo das doenças profissionais que devia estar numa receita e não estava. 

Mas que carimbo?

a) Um carimbo que era obrigatório e evidente para a mulher do utente que já leva com o carimbo desde 1900 e troca o paço. 
b) O carimbo nunca visto pela maçarica (20/25 anos) da recepção do terceiro piso que nunca carimbou receitas e que se elas tinham um “R” é porque já tinham isenção (argumento completamente lapidado pelas palavras da mulher do utente que explica que não tem nada a ver, só faltando fazer um desenho. Chegou mesmo a pronunciar sílaba por sílaba.) 
c) O carimbo que a existir não estaria na secção de cardiologia, onde nunca foi visto, mas que outro funcionário, qual cavaleiro andante em socorro da maçarica, disse que quem teria isso seriam “as” da pneumologia. 

… E assim podia continuar (com a mulher do utente já a ficar roxa de tão furiosa e indignada com os funcionários que lhe vedavam o acesso ao carimbo)… até que entrou em cena mais um personagem. O clímax de todo este enredo! A assistência já se tinha dividido entre a inexistência do carimbo, a injustiça feita àquele utente (pela mulher ou pela falta de carimbo) e os que ansiavam pelo desfecho rápido daquele circo. E eis que tal personagem afirmou já ter visto, em tempos, um carimbo desses. 

Não sei se o viu mesmo ou se queria mesmo só acabar com a novela mexicana que para ali ía… nunca o saberei… mas a senhora lá foi procurar o carimbo na secção de pneumologia.

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