18 de fevereiro de 2014

Famílias OU Sou pior que uma nuvem comandada pelo São Pedro

Famílias. Todos temos. Uns querem, outros não. Mas todos temos, de uma maneira mais difícil ou mais fácil mas todos temos. As que se escolhem, as que nascem connosco e as famílias onde se nasce. As mais importantes, para mim, são as que geram aquela coisa pirosa e cor-de-rosa do amor.

Posso não saber o que é amor de irmão ou irmã de sangue, mas tenho umas boas alternativas na minha vida. E sinto. Sinto e choro que nem uma perdida com histórias do arco-da-velha que por aí se contam ou vivem. Como a história de duas amigas que estavam a passear no Chiado e foram paradas por uma senhora, nos seus cinquenta e muitos anos ou sessenta e qualquer coisa (acho eu… sou péssima para tirar idades… é isso e parecenças, vou mais pelo poder da sugestão)  que nos queria pedir um favor. Tinha uma nota de dez euros na mão e tremia. Parámos e ouvimos, preparadas para um pedido de coordenadas (a minha veia de GPS ficou logo em alerta) ou um pedido de trocos (muito usual em sítios de parquímetros… ainda tenho pesadelos com a EMEL… é isso). E a senhora lá nos pediu para… darmos os dez euros a um “rapaz” que estava sentado do outro lado da rua, num banco junto a uma igreja. O “rapaz de boné” como foi caracterizado pela senhora que tremia era, e assim deve continuar a ser… desde sexta, um senhor sem-abrigo, nos seus (a atirar completamente para o ar) setenta com um gorro daqueles de pelo que se vê nos filmes russos.

Uma das “miúdas” (seremos sempre miúdas) perguntou à senhora que tremia porque não ia ela entregar os dez euros. A verdade é que uma pessoa estranha tal pedido… estranha mas depois entranha e foi com um nó no coração que ouvimos dizer que o “rapaz de boné” é irmão da senhora que tremia… e que começou a chorar, soluçando, pedindo-nos que entregássemos a nota e que não disséssemos que era a irmã que estava a dar. O “rapaz de boné” não podia saber que a sua irmã estava ali e que o queria ajudar…


E lá fomos… ainda a estranhar a situação, com a sensação de cairmos sem paraquedas numa história familiar que deverá ter muito por contar, que deixa muito por imaginar e nos atravessou com aqueles moralismos e chavões de se dar valor ao que se tem “lá em casa”, na família de nascimento e na família que se construiu.

E é isto. Agora vou meter o meu nariz já meio parecido com o da rena rudolfo (uma pessoa emociona-se e fica logo a parecer a rena favorita do Pai Natal) na minha vida. 

12 de fevereiro de 2014

Lá se foi o chapéu e a paciência!

Este dia começou com a descoberta de que nem os chapéus grandes (era enorme...snif) se safam a esta ventania que nunca mais acaba. A minha decisão, de há uns dias, em desistir dos chapéus de chuva foi posta de lado, hoje e logo hoje, quando tentei fazer uma rua a pé porque (imagine-se) não me apetecia apanhar uma molha (que ideia estapafúrdia, de facto!). Resultado, ainda ia a meio da rua e já o chapéu estava todo virado do avesso com as varetas todas bambas... grrrrrrrrrrrrrrrrr

Eu já não peço muito... nem costumo queixar-me do tempo... não peço para o São Pedro estalar os dedos e ser já Verão... eu só queria... vá... queria um pouco menos de chuva e vento... 

E que tal uns dias Inverno de sol??? Dizem que a lagartagem gosta disso... ora aí encaixo-me perfeitamente! Porque adoro estender-me ao sol... e só isso! Isto para não falar em tempestades de lã e placas... até porque depois de todo um drama de más construções de barracas, a verdade é que nós, os leões (sempre!) não jogámos lá grande coisa e eu ainda tive de ouvir o senhor da tsf a cantarolar os golos e a descrever o processo de ingestão de alimentos pela galinha Vitória (ai! águia?!?) pois é sempre bom saber que, depois do voo, o pássaro deglutiu um pedaço de carne... seria frango?!?



9 de fevereiro de 2014

Não és tu, sou eu... E o agente

O agente?!? Pois... Uma relação a três pode funcionar para alguns mas não faz o meu género. Chamem-me esquisita, mas quando o nós vira "agente" é ver-me fugir a sete pés. O problema não é teu. Claramente que é meu e nem sequer contigo... É mesmo com a autoridade. 

Com a autoridade e com o "há" desmembrado e o "à" tão mal usado. Mas o problema não é teu.. Não és tu. Sou eu... e nós. Nós e laçarotes que me prendem a coisas como à gramática que tanto tempo me tenta acompanhar e não tenho como a abandonar. Floreados de uma vida.


6 de fevereiro de 2014

Perdidos e Achados - num clube bem mais próximo do que pensa



Num guiché dos "Perdidos e Achados" bem perto de si. É ver, É escolher e... se não gostar: devolver à proveniência... se não for muito incómodo, of course.

Às vezes é assim que nos sentimos, não? Perdidos ou pelo menos não achados. Em tudo... 

Claro que às vezes mais vale uma boa Santa Paciência perdida do que mal encontrada, que isto há com cada encontro de evitar, que nem o susto assim o quer e Santa Paciência mal aproveitada é um crime dos céus.

E até lá, é ir no clube.




4 de fevereiro de 2014

Sem comentários para tanta parvoíce pegada - praxes

Tenho andado tão a correr de um lado para o outro que ainda não tinha falado do assunto hot deste inverno de chuva, frio e vento (já tive de resgatar uma planta da varanda que andava no bailarico). Mas pelos vistos guardei-me para a pérola das pérolas. 

Não gosto de praxes, não lhes acho sentido de nenhum, não vejo necessidade, nem percebo muito bem. Tenho para mim que é mais uma manifestação da triste natureza do homem e da sua cegueira pelo poder, pelo excesso e pela humilhação dos mais "fracos" (eu queria por "H" porque não é uma questão de género, mas não me apetece ter aqui o "H" quando falo das coisas tristes que compõem a condição humana).

Não digo que todas as ditas praxes, praxantes, praxistas, duxes, duxistas e resto do pessoal das batinas sejam de caixão à cova... eu fui praxada e não foi nada de especial. Tintas na cara e uma aula fantasma com jogos parvos, incluindo um dot de serviço (quem se lembra do "dot" no cantinho superior direito ou esquerdo das nossas televisões?).

Não generalizando e abstendo-me de bater no ceguinho no que respeita ao caso do meco, às entrevistas aos vizinhos, às reconstituições jornalísticas, às dúvidas e fantasias que se criam em volta de todo este caso, tenho de me focar na estupidez do video que passo a publicar e que tem andado já na boca do povo (facebook). 

Os argumentos apresentados por esta gente são tiros nos seus próprios pés... os pés de quem praxou o tico e o teco... para nunca mais os voltar a ver.


Só pérolas:

"Temos o direito de ser humilhados" (deviam rever o conceito de direito... se forem estudantes de direito que o Bastonário lhes valha...)

"O objectivo principal não é a integração" (ao contrário dos argumentos utilizados em defesa da coisa por outras pessoas)

"Isto não é humilhação ou pelo menos humilhação gratuita" (porque se fosse onerosa isso sim já seria mau... se pega ainda começam a cobrar aos caloiros para serem praxados...)

"O “estar de quatro” ou comer coisas que não gostamos… a praxe é a vida, isso acontece na vida. A vida é dura!" (é isso... a vida é estar de quatro e comer coisas que não gostamos... ou apanhar caracóis e comê-los logo a seguir)


"Talvez seja para nos ensinar um pouco não a ler, não a escrever, mas ensina-nos que todos nós temos direito a ser humilhados." (outro que não aprendeu a ler... ou pelo menos a pensar!)