31 de dezembro de 2013

Vira o disco e toca o mesmo... Resoluções de Ano Novo e cuecas azuis

Começa o tempo de contar as passas para as depois acumular nas bochechas ao som das badaladas da meia-noite e empurrá-las para baixo com um penalti de champanhe (se forem daqueles que colocam um anel no copo de champanhe para trazer dinheiro: cuidado! se já com as passas já se exige toda uma concentração para não nos engasgarmos, não compliquem com mais superstições)

Começa o tempo de pensar nas resoluções para o próximo ano, os desejos de saúde, amor, saúde, trabalhinho, amizade, enfim tudo o que seja bom e dê cor à palavra felicidade. 

Começa o tempo de fugir das festas que têm o comboio de pessoas a dançar, cada uma com a sua roupa interior azul "cueca" ou da cor do que mais se quer (a doutrina diverge), das cornetas, tachos e panelas. 

Até lá, toca a preparar o salto alto, o vestido preto (ou branco segundo as tradições baianas) a camisola nova, as calças de ganga, os ténis, a gabardina, as galochas, a roupa interior azul, vermelha, rosa ou arco-íris (fazia muito mais sentido... já que o azul é sorte, o vermelho diz que é amor, o amarelo dinheiro e por aí fora), contas as ondas, preparar a cadeira para descer com o pé certo, etc... etc... etc...

E por agora, continuação de BOAS FESTAS, FELIZ ANO NOVO com todas as tretas que se desejam todos os anos e que depois acontecem ou não (a CULPA NÃO É das passas!) e MUITA PACIÊNCIA. 

Quanto ao resto:








30 de dezembro de 2013

A acabar o ano com apelo à solidariedade e... boas vistas


Vou ter uma conversa com o Jeremias Leão para ver se ele vai para cima de uma árvore... em Setúbal!

Agora é comprar o calendário para ajudar os Bombeiros Sapadores de Setúbal! À venda em Janeiro!

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3605541#AreaComentarios


Legenda: "Vou por-me na alheta porque ela é doida!"

23 de dezembro de 2013

Congelei em novembro, lamento, mas se visse agora o Pai Natal... Batia-lhe!

Se ainda não desejei bom natal, muitas prendinhas, felicidades, sonhos bons no sapatinho e essas tretas todas é porque ainda não realizei que faltam dois dias para o Natal... A minha mente e boa vontade congelaram em Novembro e não há jeito de descongelar antes de me meter em frente à lareira! 

18 de dezembro de 2013

Meu querido fígado, coração, estômago, pulmões e outros

Abro o FB e tropeço numas quantas frases sobre álcool, comida, balanças, ou seja, uma casa de horrores para uma boa nutrição... E eis que encontro também pessoas a falarem com o seu próprio corpo... Ora ameaçam, ora dizem que o amam, ora apenas lhe pedem para aguentar-se à bomboca.

Comecei então a pensar que o meu corpo deve andar meio carente... Nunca falo com ele... Tirando as quedas monumentais, as caneladas na cama, ou as joelhadas na mesa e ainda as queixas constantes que faço directamente ao meu cérebro, há muito que não tenho uma conversa séria com o meu corpo, que não consolo o meu coração, que não mimoso meus rins (que há muito que não me levam às urgências e deviam receber um prémio por isso), que não chamo o meu estômago à razão, que não aconchego os meus pulmões que não param um segundo e que não consolo os meus olhos e ouvidos pelo que vêem e ouvem.

Por isso, achei por bem preparar meu corpo para esta quadra natalícia... Já um pouco tarde... Mas ainda bem dentro do tempo dos jantares, dos eventos, das festas, etc e tal.... Não vá ele amuar e deixar-me ficar mal (literalmente).


E bolo rei... e leite creme da avó... e cabrito... e azevias... e polvo... e cheesecake... e bolo de bolacha... e o pão de trigo com manteiga... e o queijo



E já agora prepara-te que a seguir vem Janeiro... Um mês nada fácil... 




17 de dezembro de 2013

Carta ao Pai Natal.... Sem pressão... Mas...

Querido Pai Natal, 
Para o ano vou portar-me bem, vou ser uma linda menina, bem comportada e com muita paciência para aqueles que se metem no meu caminho e que me tiram do sério. E como vou ser um anjinho de miúda ( já falamos sobre isso e sabes que os anos não passam por mim, serei sempre uma miúda), mereço a melhor prenda do mundo: ter tempo e oportunidade para viver o verdadeiro Natal.

Analisando bem a coisa, já a merecia este ano! Não comeces com coisas, querido Pai Natal, merecia de verdade... Só o facto de ter caído de cara e ter estado uma semana a líquidos já me dava uns bons créditos (os quilos perdidos não contam, porque me encontraram de volta). Mas pronto... Desta vez escapas... Não vou montar nenhuma armadilha, nem deitar sal no leite que acompanha as bolachinhas mágicas de cogumelos que te deixo sempre. 

É que seria mesmo tão bom chegar ao dia de hoje... A uma semana da coisa...  e não ter um espasmo nervoso por o dia de Natal ser DAQUI A UMA SEMANA! As prendas que ainda não estão compradas é o mínimo...vou-me esfalfar estas horas de almoço para evitar um mergulho de pânico nas lojas ao fim-de-semana... mas se não fossem os jantares natalícios e a quantidade de narizes que se multiplicam no Chiado, acho que me passava tudo ao lado... As luzes, os cânticos, os sonhos...

E é isto, meu querido Pai Natal, já sabes: lembra-te dos meus pedidos para este Natal... Fica só entre nós... Não vou ameaçar, mas estou à espera... Não é para pressionar... Mas lembra-te que tenho um gato hiperativo... E um nível de paciência muito (in)flexível. Quem te avisa... Tua amiga é.

Beijinhos
A tua sempre (testa-me) Santinha Paciência 





Mixed feelings - os "chats"

Até um certo ponto ajudam a manter o contacto com quem esta longe, a encontrar quem está perto, a manter pessoas sempre presentes. 

De resto: irritam-me.

Irrita-me não ver a cara da pessoa.
Irrita-me perguntar se esta tudo bem e do outro lado vir um sim, quando os olhos que não vejo dizem não.
Irrita-me a língua portuguesa traiçoeira que transforma uma conversa limpa em trapaceira.
Irritam-me as várias interpretações que se podem adoptar, as palavras lançadas para simplesmente se jogar.
Irrita-me o jogo do gato e do rato, irrita-me ficar tudo no abstracto.
Irrita-me ficar atrás de um computador, aizinho ou telelé em vez de uma conversa onde se veja e seja.

É isto, apenas irrita.


13 de dezembro de 2013

Hot hot hot - a febre dos amigos secretos de sexta-feira 13

Nada melhor do que terminar a semana com uma bela sexta-feira 13 (ADORO) com o segundo jantar de amig@s secret@s deste Natal!



Vai ser o segundo de... 1000!!!! MUUAHAHAHAHA



Sei lá eu quem tem paciência para organizar estas coisas...EU!  ;o) Vá... é pelo convívio. E o de hoje até mete o jogo do Quem é Quem!!! ("Si preparem mininas") ADORO um bom jogo... a chatice é que estive na organização do mesmo (não se pode ter tudo). Esta gente sofre tanto comigoooooooo AHAHAHAHAHA



...Vou-me embora que já não se aguenta este excitex!








12 de dezembro de 2013

Ou andas nas compras ou aproveitas o 11:12:13:14:15:16

Ai que lá deixei passar o dia! Fogo pá... Uma pessoa anda aqui a contar os minutos, os cinco domingos únicos que calham em não sei quantos meses de um só ano, o que não acontece desde os maias ou dos dinossauros, a fugir de sal espalhado, a dar a volta ao quarteirão para não passar por debaixo de escadas, a acolher um gato amarelo para não ser preto... E DEIXO PASSAR O "momento" DO DIA 11 DO 12 DO 13, ÀS 14:15:16.... TUDO PORQUE ANDAVA NAS COMPRAS DE NATAL... Lá se foi a oportunidade de... Pois, nem sei... Não estou por dentro do assunto... Qualquer coisa! 

Livra... Se fosse ligar a estas coisas tinha uma vida animada, tinha... Ufa!


9 de dezembro de 2013

Chegaram as cãibras... venham as bananas


Confesso que, em regra, sou assim... um permanente luta interior entre gastar uma hora de almoço na ginástica ou ginasticar as pernas a ver montras... 



Mas hoje não foi assim... não houve preguiça... houve apenas muito tremelique de pernas, cãibras, inspiração e expiração daqui até aos Pirenéus, mas fui. Amanhã não me mexo... mas fui...  também, quem me mandou estar parada durante dois meses a ginasticar em frente a montras... Agora, devia ter um stock de bananas para uma pequena overdose de magnésio... será muito mau começar a cobiçar o gelado de banana e chocolate que está no congelador??!?! 








8 de dezembro de 2013

Puxe ou Empurre...? Eis a questão

Hoje está a ser um domingo bom! E porque começou cheio de sol e em boa companhia vou ignorar a meia-hora de compras no supermercado com os condutores de domingo a manifestar os seus dotes de condução com os carrinhos e cestos de compras. Nem mais uma palavra. Fico só por esta imagem que retrata tão bem as minhas paragens em frente a uma porta... É isso e nunca conseguir acertar na porta certa quando há mais do que uma porta, mas só uma está efectivamente aberta. 


5 de dezembro de 2013

Quanto tempo demorará para os ursinhos carinhosos se transformarem em pega-monstros e depois na pior versão do Godzilla?

E sábado foi assim, a gincana das compras e os casalinhos da noite

1) A gincana das compras

Imaginem qual a melhor altura para ir fazer umas comprinhas ao Modelo/Continente de Entrecampos? Sábado… à tarde, depois da abertura da Feira Popular e precisamente no dia em que há uma promoção em que todas as fichas são um euro, à excepção de umas quaisquer que dão para uns elásticos (as coisas que eu sei...) e as pessoas preferem ir comprar o lanche das crianças ao próprio do Modelo/Continente/Bonjour (o que seja!). Isto tudo porque não tinha ainda ficado satisfeita com o jogo do "encontra o outro par" na Zilian, pois estava com 50% de desconto (no fim-de-semana passado… calma…)

Moral da história: valeu-me (i) o Papi que no meio do frete da Zilian (o que uma pessoa atura por só ter mulheres lá em casa) foi andando para a fila da caixa para guardar lugar; (ii) e a operadora da caixa do Continente que era simpática, pôs tudo muito bem aconchegado nos saquinhos (não mexi uma palha!) e ainda deu dois dedos de conversa sobre a Feira Popular do antigamente, as luzes, os monstros, o filho com bronquiolite que quer ir à feira e a outra feira que esta na FIL (e que parece que é um caos enfiado num pavilhão…)

Pergunta retórica: Será que esqueço a ideia de ir à Feira Popular?

**********

2) Casais da noite

Discussão à porta da Feira Popular (abriu há tão pouco tempo e já rendeu dois textos!)... A dois metros de distância um do outro, está um casal. Ela grita “’TÁS A GOZAR, NÃO?” e ele do outro lado da barricada responde: “O QUÊ?!?! ELES JÁ ‘TÃO À ESPERA! JÁ VISTES* O TEMPO QUE SE TEM DE ESPERAR ALI… F%&$%/?!?”

Passei. 
Entrei no metro. 
Todos os bancos vazios e um casal de namorados sentado num só banco. Ela ao colo dele.

Moral da história: Os guerrilheiros do primeiro casal já estão certamente no outono da vida a dois e os ursinhos carinhosos da estação de metro estão (bem!) na primavera...

Perguntas retóricas: Quando se ganha confiança e se conhece mais uma pessoa, isso faz com que se discuta na rua, em frente à entrada da Feira Popular do Natal??!?!

Quanto tempo demorará para os ursinhos carinhosos se transformarem em pega-monstros e depois na pior versão do Godzilla?


* foi mesmo assim que ele disse!




4 de dezembro de 2013

Com ou 100 pingo no nariz



Uma engenhoca bastante útil, para ir ao cinema ver aqueles filmes tramados que põe uma pessoa a chorar ou para usar no dia-a-dia, quando se anda com o nariz como se fosse o de um cão… frio e a pingar...


Com ou sem pingo no nariz... assim se faz o post:








Até fiquei com cieiro na fila para o descafeinado!


Ontem fui ao novo mercado de Campo de Ourique. Muito giro o conceito. Se não estivessem 10 graus lá dentro e os poucos cogumelos-aquecedores ocupados teria sido perfeito. Mas também quem é que me manda ir comer sushi (bom!) em vez de um caldinho quente?!


O pior foi mesmo a espera por dois míseros descafeinados. Resumindo: eu queria dois descafeinados; as três pessoas que estavam à minha frente queriam três descafeinados (anda tudo a ver se dorme, pelos vistos); as três pessoas à frente dessas três decidiram pedir, nada mais nada menos do que três chocolates quentes… e foi ver o empregado com todo um ritmo, que o fazia ter um esgotamento se trabalhasse na Brasileira, a preparar os chocolates… ele lavou as cafeteiras, ele pôs o leite, ele pôs o chocolate, ele mexeu a primeira cafeteira, ele mexeu a segunda cafeteira, ele lavou a colher, ele aqueceu a primeira cafeteira, ele limpou as pingas de chocolate, ele serviu a primeira chávena e meia, ele passou para a segunda cafeteira, limpando sempre qualquer pinga malandra que estragasse a limpeza do sítio, quando chegou às restantes chávena e meia parecia que o chocolate quentinho já estava meio… semi-frio. E passou à vez dos primeiros três descafeinados… não sem antes limpar o que o chocolate-quente (esse porquito) fez… Quando chegou a minha vez… tive direito a dois descafeinados com pronúncia italiana e o estreitar de laços entre mim e o batom do cieiro…

29 de novembro de 2013

Comparações do dia… venha o diabo e escolha…

Qual das duas a melhor…

De manhã, durante uma conversa telefónica, compara-se a entrega de uma obra com um final de namoro baseado em traição. 

Pessoa: Imagine que tem um namorado, andam há dois anos, tudo é perfeito, gostam muito um do outro, até que ele a trai. Independentemente dos bons momentos, o que fica é a traição, certo?

Eu: (Silêncio)

… em pensamento: “não acredito nisto…”

Pessoa: É o mesmo com a obra…independentemente dos esforços e de tudo o que correu bem, o cliente apenas vai reter a não entrega da mesma! Está a perceber?

Eu: (Silêncio) 

Eu: Pois. (a típica resposta do desenrasca…)

Moral da história: Até agora não consegui perceber o alcance da comparação… nem a necessidade da mesma… nem a relação entre as duas histórias. Acho mesmo que não precisava da comparação… de todo… só faltavam os desenhos.

À tarde, depois de me cruzar com o “senhor-líder-cof-cof-cof-da-oposição” que estava a sair de um restaurante aqui ao pé, recebo o email das “Notícias por Minuto” leio: “Jornal New York Times compara portugueses a... burro mirandês" 
(http://www.noticiasaominuto.com/pais/138546/new-york-times-compara-portugueses-a-burro-mirandes#.UpivJGRdVtUidade/615/0)

Eu adoro burros! Os animais, entenda-se. Por mim, saía-me o euromilhões e eu ia criar um parque natural de protecção de burros (é que não me importava nadinha). Quando li isto ainda pensei “ok. Não é necessariamente mau.” Mesmo assim e por mera curiosidade, fui ver o porquê da comparação, que passo a transcrever do site “de acordo com aquela publicação, esta raça retrata a situação (d)o País: o seu papel foi essencial durante anos, mas agora está em risco de extinção e vive dependente de verbas da União Europeia”. A ler.

Moral da história: é uma ofensa para os “burros animais”.  Nós, humanos e portugueses, somos mais que burros (“burro pejorativo”)… só que este blog tem classe… e palavrões não entram aqui… 


27 de novembro de 2013

O brunch finório e comida de nariz empinado

Domingo! Depois de dias cheios de concertos e tempos bem passados em amena cavaqueira, chega o dia da família, por isso nada melhor que combinar um brunch entre família e amigos. Que coisa boa! Um dia cheio de sol, sem horários e a almoçar um belo de um pequeno-almoço!

Parece perfeito não parece? 

Mas não! 

(E agora devia ouvir-se o som de vidro a a estalar...)

Fomos aterrar no restaurante mais "nariz empinado" de que me lembro... é que existem restaurantes que estão no topo dos top's, super chiques e nada narizes empinados... Portanto, aterramos num sítio nada a ver com os espaços descontraídos em que uma pessoa pode estar à vontade, relaxada, sem grandes formalismos e comer aquilo que quer!! É domingo, santa paciência! Não é dia de engolir um cabide e cuspir snobismo como quem respira! 

Concluindo e passando a nomes: Se quiserem ir ao brunch do U Chiado.... é ir com o fatinho de domingo, não comer nada dois dias antes (aquilo é bem servido, la isso é... Tão é que dá para mais do que uma pessoa... Só têm é de levar com a (in)delicadeza do staff quando disserem que é para partilhar... não são pessoas que partilhem... querem tudo para elas...)... 

Não se esqueçam é de confirmar que o ganache de chocolate vem para a mesa na hora certa... é que diz a senhora lá do sítio que não faz sentido nenhum vir para a mesa no final da refeição, com os doces e a fruta... Só lhe faz sentido no início... Com o tomate recheado, bacon e cogumelos, portanto.


26 de novembro de 2013

A mudança da areia do gato - uma comédia em três actos


Primeiro acto - Tentativa de mudar a liteira (caixinha da areia do Jeremias) e o gato sempre a entrar para raspar a areia velha...

Segundo acto - areia removida, limpeza da caixa... tudo com o gato a entrar e a sair... Enquanto eu tentava colocar o saco de plástico e a areia... Lembrou-se logo que está aflitinho... 

Terceiro acto - território marcado... e eu especada a ver quando é que o Jeremias pára de raspar a areia... Depois de muitas voltas, lá foi à vida dele e eu pude terminar o processo... Mas não, o ir à vida dele é deitar-se na tampa da liteira... E eu que o tire de lá! 

22 de novembro de 2013

Um dia para esquecer rapidinho + uma noite para sempre recordar... The National

Ontem...

Pelas 9h30 da manhã: a chegar de carro ao escritório percebo que deixei a carteira em casa... Nem uma moedinha para o parquímetro, para o café, nicles.  

9h40: às voltas com o carro com 1001 lugares na rua e a indecisão entre estacionar em sítio de parquímetro ou nos residentes (cof cof... Mera hipótese académica). Decidi-me pelo parquímetro... Com recurso a financiamento alheio... Mas pelo menos não corria o risco de ter de pagar para a fofinha da EMEL me desbloquear o carro... Isto de não ter carteira ajuda à tomada de decisões...

10h: Lado positivo, não me esqueci do copo térmico para o chá que andava há séculos para levar para o escritório. Lado negativo... Passei a manhã a queimar-me na tentativa de beber o chá... Que às 17h ainda estava quente.... Conclusão: a parte térmica da coisa funciona lindamente. 

Manhã e tarde: consegui perder o telemóvel cerca de 10 vezes... E encontrá-lo, 10 vezes, não sem antes ter revirado a mala e os bolsos...

19h15: bilhetes para o concerto dos The National em casa e pessoas à minha espera para irmos em bando para o Meo Arena. Saio. Tomo a pior decisão do dia... Não vou pela Avenida da Liberdade e vou pela 24 de Julho.... ERRO! Cerca de 1h30 para chegar a casa... Tudo dentro de Lisboa. Razão: manifestação dos polícias e afins... que pelos vistos estava em alta a essa hora... 

E a partir daí, entre autocarros, polícias manifestantes, polícias em serviço, pessoas, bandeiras, motas, carros à nora sem saber para onde ir e os "grandessíssimos filhos de uma papoila" que estacionam em segunda fila, o contacto com o mundo foi feito com sms:

   "Estou presa no trânsito!" (19h28 - completamente parada em       Santos)
   "Está a começar a chover" (19h43)
   "Oh pá, estou com uma crise nervos que até me dói um rim!"        (19h46)
   "Acabei de verter uma lágrima por já estar a caminho e sem         trânsito! Snif" (20h12 - algures já no Marquês) 

21h e qualquer coisa: o grupo finalmente reúne-se, tudo a postos, bilhetes na mão.... ah! não! o meu primo descobre que acabou de perder o bilhete e não houve meio de o encontrar... bilhete desaparecido em combate. Irra!

Ainda antes das 22h, a sorte começou a mudar. Arranjámos outro bilhete, o táxi foi de "porta a porta", tínhamos um chapéu de chuva para o que der e vier ( dá imenso jeito levar um chapéu de chuva dos grandes para um concerto... sempre podia dar para apoio de braços) 

Chegámos. A primeira banda nem vê-la. 

Lá pelas 22h começou o sonho de uma noite bem passada, em nada arruinada pelo dia desgraçado: The National em palco.... E que bom que foi :o) 

Fim. 



21 de novembro de 2013

Quebras de tensão e o remake do teatro anatómico


Se há coisa que me deixa mais para lá do que para cá, em termos de quebra de tensão e desmaio iminente, é a conversa insistente e longa sobre doenças/ determinadas patologias/ descrições exaustivas de partos e intervenções cirúrgicas. Iniciarem uma conversa destas perto de mim é meio caminho andado para me “por na alheta” em poucos minutos. Não é por mal, não é pessoal, mas não há necessidade de tamanha descrição, minha gente!

Claro que para ajudar à festa, tinha de ter, em Lisboa, uma grupeta de primos (que adoro)… médicos... Eles juntos até não fazem muita mossa… ainda há pessoas a tirar o curso por isso a conversa é mais sobre cadeiras, professores e o… tchan tchan tchan… remake do teatro anatómico. Dava um bom título para um filme de terror, mas não é disso que se trata. A verdade é que o teatro anatómico de Santa Maria está de volta, o que provocou tamanha excitação no último jantar da grupeta de Lisboa. Estranhamente, a dissecação de cadáveres (vá, pelo menos o tema) não tem qualquer efeito sobre a minha tensão. Afinal, eu sou a menina que escolheu a área empresarial do curso de Direito, mas que sentiu uma necessidade abrupta de assistir às aulas de Medicina Legal, tal era o “excitex” com o CSI Las Vegas que tinha acabado de estrear (nem vale a pena fazer as contas aos anos que já passaram desde então…) e com imensa pena minha não houve hipótese de se assistir a uma autópsia.


Agora… há uma coisa que merece o prémio da “Santa Paciência”: aquela situação em que se sai num grupo de amigos, está tudo divertido, bem disposto, fala-se de temas divertidos e/ou com interesse geral… até que… alguém se lembra que está ali um médico… e que por acaso tem algo que o apoquenta… um diagnóstico já dado, uma dor, uma erupção, uma comichão que seja e… PIMBA!... começa uma consulta médica… em grupo… a meio de um jantar… resultado: começo a ficar perita em sair de fininho…

13 de novembro de 2013

Há que se fazer pela vida + advogadas psicopatas

Sensação da semana no mulherio das lides do direito: “Ola peço desculpa o encomodo mas tou publicitar o meu serviço. Sou o PEDRO  acomp de luxo…” e a coisa continua, com direito a medidas,  condições físicas e promessas de "convício com MULHERES" (maiúsculas da autoria d' "o acomp"). Reparem na escrita erudita do senhor acompanhante que é, passo a escrever “activo e completamente a vontade em todas as situação”... cumpre-me dizer: medoooo!

Pois é. Isto não está fácil… há que se fazer pela vida e o Sr. Pedro, “o acomp” lá andou a pesquisar emails e telefones de advogadas na esperança de descobrir um nicho de mercado. E já foi objecto de cobiça! Não é que o malandro andou a escolher as mais novas? Segundo testemunhos reais de pessoas que não receberam o dito contacto, o rapaz terá andado a seleccionar as que se encontram nos "intes" e nos "intas"... o que deixou as dos "entas"(por hipótese meramente académica) indignadas com o facto! Ou seja, o moço está, portanto, à vontade em todas as situações, desde que: seja abaixo dos 40...

Agora… mal sabe ele que, segundo a revista The Week, que publicou uma lista com as profissões que mais atraem os psicopatas, os advogados (logo, advogadas incluídas) estão em segundo lugar! (http://theweek.com/article/index/251957/which-professions-have-the-most-psychopaths)


Agora, 

       Meu caro “O Acomp”, 

       Se fosse a si não insistia mais em querer oferecer os seus serviços de “ convívio”, pois arrisca-se a que os momentos únicos e “enesqueciveis”, como tão bem escreve, se transformem num filme de terror... eu jogava pelo seguro...

12 de novembro de 2013

Girls just want to have fun… de mini saia, spray em punho e 7ºC lá fora


Se há coisa que me fez impressão em Londres foi a indumentárias das inglesas… ou a falta da mesma. Não é uma questão de pudor, apenas de temperatura.

O estilo destas já era meio conhecido das noites algarvias quando as víamos passar com os respectivos “bifes” a tentarem manterem-se no salto alto. Mas isto era no Verão. Bem sei que o frio que eu senti naquela cidade não era assim tãooo frio… para os locais, vai ficar pior. Agora, ver as inglesas de mini-saia… sem meias… nem das fininhas… e de "sandaleca" com os dedinhos dos pés de fora… Ui, que arrepio! A sério que não conseguia perceber como é que elas conseguiam… sou mesmo menina!

Disse-me uma amiga que parece que as malucas põem o spray anestesiante que se põe nos jogadores de futebol (que num segundo parecem estar a morrer e quase sem uma perna e no segundo a seguir já andam a correr campo fora) não sentindo, portanto, o frio.


Afinal, as inglesas apenas querem divertir-se e com o mínimo de roupa possível. Fiquei muito mais descansada… pensei que andassem por aí a criar mutantes resistentes ao frio para poderem avançar com a espionagem no meio dos pinguins… 


8 de novembro de 2013

Celebridades e aspirantes

Cheira-me que vai acontecer o que aconteceu em Nova Iorque: a esperança de tropeçar numa celebridade "estrangeira" e ficar apenas pelos tugas. 

Na viagem para Nova Iorque foi a vez da Ana Malhoa, do Jorge Sampaio e do encontro imediato com o funcionário da bilheteira dos estúdios da NBC, que nos dava o bilhete para a tour, e só podia, pela extrema simpatia (not) ser um aspirante frustrado a estrela, que chumbou no casting para o "americans got talent". Pelos vistos ninguém lhe viu talento... Mas no fundo, no fundinho, acredita ser uma estrela... Sabe-se lá é de que galáxia.

Agora na viagem para Londres, tropeçámos no José Fidalgo e o Francisco José Viegas (que a minha miopia nem me deixou ver... Ok... Ainda estava a pensar o José Fidalgo). Temo, portanto, que se fique já por aqui... E pela nuvem de asiáticos de 16 anos com cabelo à dragon ball, variando entre o louro e o ruivo, que estava mesmo agora no átrio do hotel, indicando ( assim se espera) que houve por estas bandas um casting... (Um hotel cheio de acção)...

E o fofinho do Jude?! ....Só mesmo nos anúncios à nova peça de teatro que vai estrear no final do mês! Snif!

7 de novembro de 2013

Calling from London

Foi difícil: realojar o gato, chegar a casa, começar a fazer a mala, sair de casa para ir buscar o casacão que pelos vistos estava noutro sítio, voltar para casa, terminar a mala, arrumar tudo, deitar às três da manhã, levantar às seis e meia, apanhar um taxi, apanhar o avião e... Chegar a Londres! Agora é tentar não ser atropelada... Nem ter um encontro com um inglês desvairado em busca de um transporte público (que, by the way, funcionam na perfeição) e que me deite por terra...


5 de novembro de 2013

O Maduro deixou-se levar pelo IKEA

Uauuu........... a influência do consumismo prático-europeu atingiu o Maduro! Afinal a antecipação do Natal não acontece apenas numa loja perto de si... acontece em toda a Venezuela... o facto da estrelinha ter guiado José e Maria até um estábulo onde nasceu o Menino Jesus no dia 25 de Dezembro (que começaram com toda esta história do Natal) é apenas um pequeno detalhe. Afinal, não é tudo em nome da crise.

Pois então: Feliz Navidad!





Alergia a cabeleireiros


Ir ao cabeleireiro é como ir ao dentista… No cabeleireiro não gosto de falar, no dentista não consigo falar. Não gosto de “conversa de cabeleireiro” e detesto que falem comigo enquanto me secam o cabelo: não percebo patavina do que dizem. Já no dentista, percebo tudo menos o porquê dos dentistas gostarem de fazer conversa quando estamos para ali de boca escancarada com um espelhinho a percorrer os dentes… é realmente uma excelente oportunidade para perguntar pelo trabalho, pela família, etc e tal… tudo a que se pode responder com um simples “ãhhumãhumiado”… ou não.

Mesmo assim, pertenço a uma minoria que prefere ir ao dentista do que ao cabeleireiro… tirando o facto de ter começado mal a relação (aos 6 anos, 2 dentes partidos e muita choradeira) a verdade é que ajuda não ter uma única cárie :o) Já para o secador que me queima as orelhas (e não é preciso ser um elfo para isso acontecer) ou para o tempo que se tem de estar à espera entre fofoquices e uma capa de zorro, muitas vezes sem conseguir segurar um livro porque atrapalha o secador… não há muita paciência… lembram-se da história do gato a passar a porta do veterinário… eu sou assim… com médicos e cabeleireiros… tirando o oftalmologista e o… dentista.


Talvez o problema seja por a minha capacidade de decisão desvanecer-se num cabeleireiro por entre os ares agrestes do secador e dos ganchos que arrepanham o cabelo… se não fosse eu estar sempre atrasada e a correr para algum lado… saía de lá loira! Já no dentista, faço finca-pé para não aderir à moda do metálico… até ao dia…


31 de outubro de 2013

carrapitos em concerto

Miúdas de carrapitos, 

Bem sei que isso está moda, é fashion... perdão... hipster... mas imaginem que não têm metro e meio e que existem pessoas que, por exemplo, num concerto até gostavam de ver o palco sem ter um carrapito esfrangalhado a saltitar à frente dos olhos... É capaz de ser irritante, pois...

Agradecida pela atenção em futuros concertos, 
Da sempre vossa, 
Santinha.

29 de outubro de 2013

Mau feitio com cornos e rabo de peixe

Discussão da hora de almoço: quem tem mau feitio. Sou a primeira a por a mão no ar. Mais vale acusar-me voluntariamente do que ser lançada à fogueira por terceiros. Tenho mau feitio e não me importo. Antes isso que outra coisa qualquer. E sei que o bom ou mau feitio não fazem uma pessoa. As pessoas são mais do que isso e quem se resume apenas a episódios de mau ou bom feitio sem ligar a tudo o resto, mais vale estar quieto e ir ler BD.

Posto isto, diz que é do signo. Coincidentemente ou não tenho uma colega que deve ter jogado pedra na cruz em vidas passadas porque para além de ter uma irmã capricorniana tem (imagine-se o azar dos azares) uma colega de trabalho capricorniana, a fazer anos no mesmo dia e tudo que a irmã… aqui a “je”… e parece que somos iguaizinhas (jóias de moças portanto!) e: tufas! toca a dizer mal dos capricornianos … generalizando (porque há sempre um capricorniano na vida de alguém) … 

...mas afinal os signos não são isso mesmo: patacoadas generalizadas do que se quer ouvir ou comprovar, não? 

Dizem que amuamos e que as pessoas têm de adivinhar o que estamos a sentir e o porquê de estarmos chateados… de facto a culpa é “nossa”, reconheço. A culpa é nossa porque ainda temos alguma fé na inteligência da restante humanidade (os não-capricornianos) e achamos que eles conseguem chegar até lá… Afinal não… mea culpa por ter fé em QI’s alheios… perdoem-me!!!

Agora para terminar, porque existem temas que não vale a pena andar sempre a moer, ficam as sábias palavras da “Sôtora" Maya (ninguém melhor para falar cientificamente sobre estas coisas dos signos):

O Sol está em Capricórnio de 22 de Dezembro a 21 de Janeiro. Capricórnio é um signo da Terra regido por Saturno, tornando o nativo de Capricórnio responsável, com aparência calma, bondoso e com sentido prático”. (Há quem diga que é mau feitio quando uma pessoa tende a ser prática…)

Os nativos de Capricórnio preocupam-se facilmente sobretudo se sentem instabilidade ou problemas económicos graves à sua volta” (ando que nem posso… confere!). 

Os nativos de Capricórnio são ambiciosos, no bom sentido, não são muito pacientes e persistentes na procura de resultados.” (A Santinha Paciência existe por alguma razão… se bem que outros sábios na matéria dizem que é um signo muito paciente… Resultado: uma pessoa fica baralhada e desregulada, ou com muita paciência quando não deve ter ou com baixos níveis da mesma quando devia ter!!)

São muito observadores, e apesar de um certo ar sisudo têm um sentido de humor muito apurado e gostam de se divertir.” (Confere! Mas dizem que é mau feitio... já não se pode dizer nada...)

São sérios no estabelecimento de relações sentimentais e apreciam a vida familiar” (parece é que existe um certo karma em concretizar o estabelecimento...– deve ser por o mau feitio passar de vida para vida – karma aliado à fé na inteligência alheia... é complicado...)

Já Paulo Cardoso, no mesmo portal astral questiona:
“Será o Capricórnio um ser superior?” (ainda perguntam?!?!)  

Dotados de realismo conjugado com capacidade de concentração, conduzidos por um secreto e insuspeitado desejo de imortalidade, os nativos de Capricórnio são seres previdentes, sensíveis à reputação e, por isso, sensatos.” (bem que podia ser mais sensata e deixar de sonhar… já o realismo também é confundível com mau feitio – lá está - as pessoas não gostam de ouvir as verdades… e no fundo sempre quis ser vampira e/ou imortal, nomeadamente quando era uma teenager na época da Entrevista com o Vampiro, da telenovela Vamp - ai o Lipe! – ou da série Os Imortais).

E para finalizar… diz o sábio que a pessoa capricorniana “apenas quebrará o seu ar sereno e austero para responder à letra a um eventual ataque, usando o seu sentido de humor altamente sarcástico.” (BINGO! Jackpot, cashing, cashing, cashing). 
Fui. Ponto final. 




28 de outubro de 2013

Episódio de sábado: gato + veterinário. = fera demoníaca e camada denervos.



Não há muito a dizer. O gato mimado cá de casa que se derrete em festas ao acordar e que anda sempre bem disposto e hiperativo na brincadeira, atravessou a porta do veterinário e transformou-se numa fera de bigodes que estava capaz de trucidar quem lhe aparecesse à frente...  Grande espectáculo... O finório do persa que já estava à espera de ser atendido ficou com ar de snob a olhar para o espectáculo promovido por Jeremias, o fora da lei... E lá fora dali queria estar ele... E eu... O que vale é que mal saiu do vet voltou a ser o mesmo mimadinho de sempre... Parecia que nada tinha acontecido... Tudo normal... Deve ser bipolar... 



Agora é isto...

25 de outubro de 2013

As pessoas são muito fortes mas quando o medo chega mijam-se todas!

Um dia destes entrei num táxi e desbobinei um bom dia seguido da morada para onde queria ir. Recebi como resposta “Bom dia?!? Mas acha mesmo que está um bom dia?!?!” naquela sua voz fanhosa como não há outra igual. Reconheci-o logo. Pela terceira vez, neste último ano, apanhei o táxi do mesmo taxista: o Sr. Diamantino.

Sim, já sei o nome dele. É fácil, o senhor introduz muitas vezes a fala na terceira pessoa. Isso e a carteira profissional que indica o nome dele.

De facto esse dia não começou lá muito risonho. Um temporal logo de manhã… com uma trovoada potente que acordou todos os que teimavam em dormir só mais cinco minutos. E por essa mesma razão o Sr. Diamantino afirmava não ser um bom dia… viu o relâmpago e ouviu o “trovoão”. “As pessoas são muito fortes mas quando o medo chega mijam-se todas!” disse enquanto contava como se tinha assustado com o histérico do trovão das sete da manhã, enquanto ajudava uma senhora, que ia para o aeroporto, com todas as bagagens “é que a senhora não tinha nenhum homem para a ajudar”!

Durante a viagem, como é hábito, o Sr. Diamantino contou-me histórias da sua vida e da vida dos outros, vizinhos, familiares e amigos, como o faz com qualquer passageiro.

(É fácil eu aperceber-me que já andei no táxi do Sr. Diamantino pelo menos 3 vezes. São as histórias que ele conta que ficam na memória. Agora ele sabe lá se tem um passageiro repetente… a não ser que seja cromo… ninguém gosta de cromos repetentes.)

Quando veio para Lisboa, tinha 6 meses. A mãe empregou-se em Sacavém numa empresa que agora é a EDP. O pai veio trabalhar para Moscavide. Não gosta de Lisboa. Sempre andou a saltitar de casa em casa até se ter mudado para o Barreiro. “Mudava de casa como quem muda de camisa”. No tempo da Dra. Pintassilgo, quando levou o maior aumento de ordenado da sua vida, enquanto motorista da Carris. Por 430 contos, comprou uma casa no Barreiro… há 34 anos.
Mas a casa era muito quente no verão (“andava só com a camisa que a mãe lhe deu…”) e no inverno uma manta nas costas para ver televisão.

Há poucos anos, vendeu a casa a um amigo que, de seguida, comprou um ar condicionado…

Hoje continua no barreiro. Agora tem uma casa à “facho”.

23 de outubro de 2013

Emoções do fim-de-semana passado: Episódio 1 - O carrapito a galar caracóis


Ou: A alemã de carrapito e o tuga de caracóis

Bairro Alto. Páginas Tantas. Notas de jazz entre conversas de fundo. Três amigos, uma mulher e dois homens, sentados a um canto entre conversas profundas aliviadas por momentos de bom humor. 

A empregada aproxima-se e chama "o-dos-caracóis-e-olhos-azuis" e, dizendo sempre que é uma mera empregada e que não tem nada a ver com o assunto (mas bem que estava a gostar), entrega-lhe um pedaço de uma página arrancada ao conforto de um livro dobrado com se nada fosse. 

Foi a do carrapito da mesa do lado. Alemã. Morena. Alta...  E de carrapito (aquilo tem um nome mais actual, mas não me lembro, por isso para mim é um carrapito). Tinha um número de telefone !!!!(que por ser politicamente correcta, não apanhei na foto). 

Fiquei eu mais entusiasmada que "o-dos-caracóis-e-olhos-azuis"!!! 



Cena "à filme". Muito bom.


Dúvidas: Será que uma pessoa fica mas extrovertida no estrangeiro e, sem grandes inibições, avança com bilhetinhos e números de telefone? Tentativa de guia privado sem custos (monetários) acrescidos? Reconhecimento cultural? Será que alguma vez dá resultado?!? O que fariam se uma estranha ou um estranho pedisse para vos dar um bilhetinho?

Times of trouble... and... footsteps




(Temple of the Dog - "Times of Trouble")

Uma demo que deu origem a duas canções que oiço mais alto que o dilúvio lá fora...



(Pearl Jam - "Footsteps")

A EMEL está na rua e a dança dos carros continua...numa rua perto de si

Uma semana de espectáculo ao final do dia, numa rua perto de si


...Todo o santo dia é a mesma coisa... 
A "EMEL" aparece > comunicação interna > correria pelas escadas (com alguns espalhos pelo meio) > gritaria com os senhores da EMEL > carros bloqueados > carros no reboque.... e os que já desistiram de trazer carro na varanda a ver o espectáculo...

quarta-feira, dia 16 de Outubro



quinta-feira, dia 17 de Outubro



sexta-feira, dia 18 de Outubro


(pausa para fim-de-semana...) 

segunda-feira, dia 21 de Outubro



terça-feira, dia 22 de Outubro


Quando o telefone toca… toca… toca…e é do momento da Anita saltitante!


Número desconhecido.

Indecisão.

Atendo… não atendo… atendo… não atendo….

Lá atendi. Mais valia estar quieta! Era do ateliê de noivas… uma voz fresca e saltitante repleta de purpurinas (é como a recordo… isto já foi há umas horas)…

Há uns anos uma das minhas melhores amigas casou… fez lá o vestido e eu, a minha mãe, a mãe e a irmã dela também fizemos os nossos. Quando me encostaram à parede com um questionário sobre idade, nome, email, telefone e… data prevista para casamento…não queria responder… (na altura até estava solteirita da vida)… mas deve ter sido atirada uma data para o ar (daquelas que parecia mesmo num futuro longínquo) porque… adivinhem… queriam saber se sempre ia haver casamento… para o ano!!! (Alerta MEDO!)

Resposta: (um simples e seco…) não! 
(A minha simpatia com estranhos que me telefonam com temas parvos começou no seu melhor)

Pergunta seguinte da laçarotes(já com um ligeiro desconforto na voz): então… quando é que vai ser?

Resposta (a rir, entenda-se): Talvez… nunca!

Comentário espontâneo do outro lado: Ai valha-me Deus, não diga isso! (a sério?!?)

Resposta (a rir mas quase a bater com a cabeça na parede, na mesa, computador, em qualquer lado!): é o mais provável.

Comentário da confettis (espero bem que já andasse à procura de um buraco onde se enfiar): bem… sabe que nós também temos vestidos para festas e coisas assim, se quiser vir cá…

Interrompi: sim, sim eu sei. (enquanto pensava “Boa papoila saltitante da voz fresca…! Vais no bom caminho para aumentar a taxa de depressões e suicídios!) 

Se por acaso apanham uma noiva que foi deixada praticamente no altar, a coisa não vai correr bem… isto não cabe na cabeça de ninguém. Será que vivem no mundo da Anita!?

Agora, quanto a mim, fica aqui expressamente dito que não houve qualquer indicação de data para a coisa, por isso, se me ligarem daqui a uns… vá… dez anos… eu juro que não vou ser tão paciente! (ameaça registada)


(Legenda: Noiva e respectivas damas de honor... ou noivas substitutas... não deu para perceber dada a cor dos vestidos, em frente à Biblioteca de Nova Iorque... num dos 1001 casamentos que apanhámos enquanto tentávamos visitar a biblioteca. Reparem no ar de seca!)





18 de outubro de 2013

Modern Love

Hoje não está um dia cheio de sol, mas podia estar. A manhã apareceu meio cinzenta, mas podia estar colorida de azul e luz. Está fresco e isso sabe bem. Começo a perceber o bem que sabe e consigo ouvir para além da letra e da música.

Não vou criticar (no sentido bom da coisa) o filme que vi ontem. Não sou crítica de cinema (ninguém me paga para isso e sou péssima a decorar nomes). Crítica só mesmo da vida em geral, de mim, dos que me rodeiam e dos que tiram a Santa Paciência do sério. Crítica amadora disto tudo e ponto. Vou apenas dizer que adorei. O “Frances Ha” é a caricatura de uma juventude que teima em amadurecer e isto é tão comum nos presentes dias. Eu mesma esqueço-me da idade que tenho e não é só aquele esquecimento (tão inconsciente…) de que este ano já tive o meu aniversário e que por isso devia contar com mais um, nem o facto de me arrepiar sempre que me tratam por “senhora”… É o esquecimento de estar já numa faixa etária que na altura dos nossos pais significava que a maioria das pessoas com trintas já estava a trabalhar há anos, a descontar, com filhos, com casa, planos, pés-de-meia… no fundo naquela fase em que já não dá para fugir muito à palavra adulto.

Hoje, olho para o meu mundo e não é isso que vejo (simplesmente ver... sem julgar). Vejo desencontros, vejo pessoas que teimam em não crescer, opções de vida por uma eterna juventude, imposições da vida por uma estagnação, desemprego, dependência financeira e sonhos adiados. Vejo o adiar da paternidade. Vejo isolamento. Isto no meio dos que quiseram e conseguiram ser adultos aos 30. Porque existe o poder e ainda o querer.

O filme de ontem não me trouxe apenas este reconhecimento do estado da Nação, tão conhecido, reconhecido e batido… 

E é aqui que entra a música e os dias que têm de ter luz mesmo que seja para lá da chuva cinzenta.Porque tem de ser. Porque somos diferentes dos os outros eram na casa dos 30.


Para além dos planos frustrados e dos ideais acabados, as histórias reinventam-se, os sonhos que são sonhos continuam a ser aqueles pelos quais se vai lutar, a música continua a mover corpos, persistindo a esperança na busca do cruzar de olhares único. Never wave bye-bye and try